Tomar decisões nos coloca quase
sempre em trincheiras nunca confortáveis. Há alguns dias atrás, 330 ou 400, não
me lembro ao certo, decidi parar de ler por prazer. Aderi às oito horas de sono diárias, ao
silêncio regrado e os risos complacentes com todos os paradoxos estabelecidos. Resumindo:
calei-me para não ser percebido.
O externo incomodava e tudo o que
precisava dizer, o fazia nas ausências representadas pelas imagens, mas fui
imensamente condenado por isso. Condenado por quem exatamente assim como eu, se
inquieta diante desse processo de acefalia generalizada que temos contemplado
nos espaços mais recônditos e outrora ultimas esperanças de sobrevivências: ah
universidades... Academias de letrados... Órgãos culturais...!
Voltei ao sereno prazer de desprezar
o sono e de varar noites adentro rabiscando um papel que antes insistia em
ficar em branco, mas que as leituras insistem agora em transbordar, em dizer,
em não calar. Já não me sento, para não permanecer. Já não participo, para não
discordar. Aceito os pré-julgamentos recheados de dúvidas e de vontades, mas
sou eu e não preciso impressionar, apenas sou!
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