segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O Doce Sabor da Justiça Disfarçado nas Vestes Negras da Vingança.


O céu que agora está rajado, não é preto nem azulado.
Têm em suas nuvens espaçadas os caminhos como se fossem pegadas.
As estrelas marcadas dão um toque no cenário, feito flores num herbário.
E a proeza se disfarça melancólica, pois ainda não encontrou a sua razão de ser.
Mas busca no prato frio da vingança sua oportunidade de acontecer e sabe que mesmo que o tempo se estenda por anos, dará cabo em seu plano. E então como numa escala musical o Dó roubará do Ré apenas o (R) e perdendo o (D) na fuga restará ao recém conquistado (R) assumir o seu lugar e assim entoar uma nota só. Inexistente, mas necessária ao contexto do propósito.

“O único Veredicto é a Vingança. A Vendeta tida como Votiva, não por Vaidade, pois o Valor e Veracidade de tal devem um dia Vindicar o Vigilante e o Virtuoso”. (Filme V de Vingança, 2005). Nem a dor mais voraz é tão intensa quanto o sabor da vingança para o vingador, os belos talheres serviram bocas infames.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O In – Verso da Organização


Quando a bagunça toma conta do espírito não há muito para se fazer.
É como se a mudez se apossasse da voz e o silêncio das palavras falasse por si.
A escuridão que torna tudo invisível é a melhor oportunidade que temos de nos encontramos e nesse encontro nos descobrirmos melhores e mais fortes. Lembro-me de Sartre: “Não importa o que fizeram de você, o que importa é o que você faz com o que fizeram de você” e a partir daqui tento entender um sentido, uma ordem em todo esse caos.
Agora que os dias estão menos nublados e o sol voltou tímido a minha janela, descubro perplexo que a desordem foi apenas uma ilusão de ótica, uma passageira ilusão de ótica. Estou conseguindo ver de forma clara à minha frente o longo caminho que tenho a percorrer, e o que é mais incrível é o contentamento que preenche meu ser para essa empreitada.
Somos o reflexo do que acreditamos, e normalmente não refletimos quando somos totalmente descrentes. A vida é por si só auspiciosa. O que torna a crença necessária e a luta constante. Por isso nos tornamos fênix de nossa própria existência.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O Cotidiano e a Surpresa o Igual e a Beleza


Havia uma avenida, e mesmo em sua ampla concretude duas almas faziam dela um circulo onde os encontros eram cotidianos. todavia, o cotidiano é o maior inimigo dos encontros, a regularidade tira o oxigênio que alimenta a surpresa, e o amor fatigado pelo igual perde a beleza.
O bem maior do beijo é o segredo, ou seja, a completa ausência de explicação do que torna um simples encontro entre lábios úmidos, num momento único que será lembrado enquanto a existência for possível. E quando essa possibilidade não mais existir, o belo estará feio e o amor perdido.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Uma Utopia Chamada Amor

Caminho sereno para uma leve duvida. O amor, ele existe? Se a resposta for positiva, sob que perspectiva devemos crer nessa existência? Goethe disse em sua primeira obra de 1774 Os Sofrimentos do Jovem Werter “que o amor é que torna a vida necessária”. Diante dessa fala torna-se inevitável a pergunta, que tipo de amor? Já que o singelo e sublime amor que o jovem Werter nutria pela doce Carlota o levou à morte, ou a liberdade como ele preferia dizer.
O amor sempre foi e ainda permanece sendo protagonista de textos memoráveis por toda a história da humanidade, mas a que se deve tanto crédito? Se esses créditos se derem pela dor inversamente proporcional causada por esse sentimento, eu aceito esse argumento como resposta a todas as minhas indagações sobre o tema. Mas se essa não for à justificativa a minha busca continua estéril.
Vinícius de Moraes disse em seu poema “Eu sei que vou te amar” que sabia que amaria sua musa por toda a vida e que mesmo sofrendo, viveria a eterna desventura de esperar poder dividir sua vida com esse amor. Eu... sou extremamente avesso a matemática, mas entendo por que esta sendo uma ciência exata não criou uma equação que pudesse explicar o amor. E descobri isso da forma mais cálida possível para um coração que ama.


31/12/08
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