quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Toda Noite

E se meus pensamentos fossem como a brisa que na noite invade teu quarto em busca de uma imagem que teimas em esconder...?
E se minha vontade fosse em forma de pássaro te beijar assim que o dia amanhecesse...?
Seria minha tua alma, ou ainda teria que me desdobrar em versos para explicar o que meu coração só consegue dizer pulsando...?
Estou agora, calmo; por que diante de meus olhos paira tranqüila a imagem de uma linda mulher...
Que no ápice de sua sensualidade me faz refém todas às noites de sua beleza... E eu como um viciado... Retorno os dias seguidos em busca dessa forma de beleza para raiar meu dia um pouco mais feliz... Hoje, melhor que ontem e amanhã, melhor que hoje.
*Texto escrito em 04/07/07

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Bela Vida

O que há de belo na vida...
Transparece no sexo,
Que ultrapassa o limite do corpo
E encontra na alma a expressão máxima do amor...
Representada num simples suspiro de vida.

*Sem medo, vergonha, temor por amar desse jeito...
Corpo, carne, batida pulsante, perigosa e gostosa como
A brisa leve que vem do mar...
Como a descida em uma montanha russa...
Instante nos fazem sentir VIDA!

*Carla
*Texto escrito em 29/06/07.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Lua

E se toda poesia
For só um beijo?
E as palavras um amontoado
De cristais disformes,
Arrumados tão claros como a lua!
Você dirá: é só um beijo.
E eu sorrindo te digo:
Minha alma agora transcende
O que o mundo conhece como real.
E eu descanso no teu riso,
Pela paz que ele me traz.
*Texto escrito em 19/06/07.

O Que É?

Por que o amor é algo tão buscado,
Se quanto mais se procura,
ele mantém-se afastado?
Não encontro o amor refletido no que os outros vêem.
Nem o vejo em olhos alheios.
Encontro-me quando amo...
E só amando é que sou de verdade.
Qual a perfeita resposta para a pergunta, o que é o amor?
Sinto-me hoje como reflexo do que já nem posso ver...
Mas, se me perguntar se amo...?
Sim! Amar é parte do meu viver.
*Texto escrito em 17/06/07.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sexo

Sim! Vai ser sempre assim, chegar, me despir em palavras e fugir? Haverá sempre estes corpos suados, separados por linhas e telas? Poemas não escritos, como gemidos suprimidos no calor do ato? Esse seu hálito quente, a encontrar de fato meu corpo já ardente, o seu ainda distante, todavia, presente num movimento contínuo que já não sei... Se vou, ou se louca, é você quem vem, numa dança de corpos nus, onde a realidade é abandonada, e a gravidade dispensada já sem explicar, onde termina o meu corpo, e onde, o seu a mim não pertence... Me acorde! Se esta gota de suor não for real, ou se suas pernas envoltas nas minhas, escondendo discretamente meu... Línguas a passear onde os limites são meras formalidades. Sinto agora em minha boca a leve sensação dos teus mamilos ouriçados. Arranhe-me quando chegar ao fim. Por que ele mesmo, o fim, é só a possibilidade de um novo começo, onde o prazer é um ciclo infinito e o orgasmo a chance de recomeçar.
*Texto escrito em 15/06/07

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Antes do Fim

Não é o passado que me assusta, mas a brisa que corta o presente e segue enfrente... Não é o incolor que me deixa desesperado, mas o marrom nostálgico no alto da colina. Eu te amo e sinto como se não tivéssemos tempo... O outono tem sempre folhas cinzas e a vida tem novo valor quando é ameaçada de um final. É... Eu amo você! E mesmo amanhã... Eu amo você... E se a vida terminar as onze dessa mesma noite e o amanhã não me contemplar... Eu amo você como quem canta uma canção que resume a vida em um beijo e o meu amor em uma poesia. Vivemos tão certos de que o dia seguinte é uma questão de horas que passamos estas esperando para dizer algo no próximo dia... A única certeza que assola a humanidade é de que a vida é finita e todos os capítulos que ainda faltam podem representar uma última cena. Ame sempre com a fé de que não haverá outra chance, por que se houver... Ame mais um pouco, antes que o dia termine.
*Texto escrito em 24/05/07.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Eco

O eco do silêncio repete-se pelo espaço... Silêncio, silêncio, silêncio. Meu coração branda de dor encolhido no único lugar que lhe parece seguro. Triste engano! Está vulnerável hoje mais que ontem, e amanhã, estara mais que hoje. Pois está amando e o amor cresce aos dias.
* Texto escrito em 23/05/07.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ao Mestre com Carinho

Dizem os poetas: ao mestre com carinho! E eu me pergunto: com que carinho? O do reconhecimento dito em versos escritos no quadro no dia 15 de outubro, quando todo o resto do ano foi uma clara manifestação de indisciplina? Ou o jantar para este profissional alienígena que o professor acabou se tornando? Sim! Alienígena, porque, no entendimento dos que o homenageiam, este parece não ter família, visto que todos os convites se estendem apenas a ele (a). Como se dissessem em P.S. venham só, ou não venham! Deixaremos de ser considerados uma nação de terceiro mundo, quando o profissional de educação tiver seu valor reconhecido, do contrário ficaremos destinando o 15 de outubro para comemorar o dia do professor, o 1ª de maio como dia do trabalhador. Qual é mesmo a data que se comemora o dia da apatia e da permissividade? Hum! Esta é uma comemoração diária realizada pela classe dirigente em homenagem a todos nós. Digo todos, inclusive eu, porque minha insatisfação soa baixa frente à acomodação da maioria.

P. S. Professores, parabéns pelo seu dia. Mas pensem sobre, e assumam seu verdadeiro papel social.


*Na foto o Professor, Filólogo e Filósofo Nietzsche.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Ná... Nada D Ma.


Flor! Que bela se abre... singela.
Recai sublime dormente
Sobre meu ombro na busca de novos aromas.
Não sabes bela flor?
Tua beleza exala visível como neblina,
Faz-se mulher, és ainda menina...
Que pensas que busco em tua companhia?
Além desse riso despretensioso
Que faz das noites perfeitos esboços
Que na vida chamo perfeição.
*Texto escrito em 10/05/07.

Indecisão


Todo o mal se resume
A insensatez de estar tão longe.
De viver como se o tempo estivesse
Ao nosso dispor, e rimos, pois, não está.
Seguimos sempre sem saber se o caminho
É o certo, ou se continuamos errando.
Se seguimos, Ou tentamos voltar e conserta tudo.
Já não creio que haja tempo, mas, temos que tentar.
Pela insana teimosia que nos une.
Pelas cartas escritas, pelos poemas declamados.
E o que há de imperfeito?
Se só for uma carta, será a primeira.
E o tempo te trará mais que cartas.
Bem mais que poesias. Vida...
Viva!!!
*Texto escrito em 01/05/07.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Datas


Ando agora por um caminho que não posso enxergar.
Você me tomou o rumo e tudo perdeu o sentido.
Caminho agora.
Estou acompanhado, mas me sinto só.
Ao lado, consigo ver pessoas e não consigo parar.
Ouço alguns gritos, mas os meus sufocam...
Não posso falar.
Caminho ao seu lado e teu espelho não te permite ver.
O meu coração agora sangra
Por que como quem anda,
Ele ama!
E quem fala de amor,
Ele vive!
E para quem
Representa dor, ele sofre!
Pois, domingo é dia,
08 data, outubro mês, 2006 ano...
No fim de tudo.
São datas,
Uma sobre o dia em que te conheci,
Outra a que te perdi.
Datas! como cicatrizes escritas em versos.
Que de tantos... poemas.
A estrada acabou!
A escuridão não me permite mais passos.
Espero o brilho do seu sol
Para proporcionar-me mais um dia...
Mesmo que seja o último.


*Texto escrito em 10/04/07.

Vazio


O que há de belo ao fim de cada tarde,
É representado pelo crepúsculo do sol
Ao atingir o horizonte. E na linha amarela
Desse limite, surge um dourado que ofusca
O fim da tarde. Por trás de toda esta luminosidade...
Sua beleza, redundantemente linda!
Pois, é para mim
O nascer do dia em cada pôr do sol.

*Texto escrito em: 10/04/07.

Lápis


Só os ventos têm a necessidade
De passar.
Os momentos são eternos.
E mesmo
Que escritos a lápis, não se apagam
Beijos, carinhos e nem declarações
De quando a verdade se revela em palavras.
*Texto escrito em: 08/04/07

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Poesia por Poesia

Poesia!
Tristeza escrita a lápis.
Felicidade rabiscada
Em rochas.
Poesia!
Por onde andas tu
Que outrora passeava
Nos campos de minha
Imaginação?
Em companhia de teus
Filhos versos e de tua
Alma gêmea, poema.
Por onde andas poesia?
Tu que és os olhos dos
Que não vêem. Mas
Escutam-te.
Tu que é dos tristes que
Não falam... A voz.
Daqueles que têm a
Certeza de que não amam,
Tu és a dúvida.
E os que amam, tu poesia...
É o próprio amor!


*Texto escrito em 08/04/07.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Imperfeição

O retrato de toda poesia
É a imperfeição que habita
Teu corpo.
Por que beleza é toda perfeição
Que não pode ser vista.



*Texto escrito em 06/04/07.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Borboletas

Você é linda! Mas olhe minha face.
Sim! Eu sei. Você é linda, mas, olhe.
Minha face está em prantos e sua
Beleza não pode fazer muito por mim.

Sozinho segue pelos caminhos que as
Lágrimas marcam como pegadas,
Onde a beleza não reflete nos olhos
De quem a ver.

E de linda a beleza se faz bela e da tela
O pensamento se perde ao vento, e o rumo
Fica sem sentido.

Assim o belo sente-se feio. E o feio ofendido.
A poesia perde a rima e o que resta brinca na
Face já sem dor. E afinal eu, quem sou?
*Texto escrito em 06/04/07.

Devir

Meu corpo caminha agora sem alma
E o vazio torna-o incontrolável.
Minha calma é o sinal: Desisto!
*Texto escrito em 03/04/07.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Deuses Poetas

Seja para mim a simplicidade escrita a lápis, por que a eternidade torna as coisas fúteis, sem valor. Se expresse de forma rara, como a flor que nasce no deserto. Pois, a que cresce no jardim, é apenas mais uma flor. Ame e encontrará na minha imperfeição as virtudes que fazem dos Deuses perfeitos, e dos poetas, Deuses.
*Texto escrito em: 03/04/2007.

domingo, 20 de setembro de 2009

Emancipação Humana

Vejo a aurora que se desdobra no horizonte antes do nascer do sol. E reconheço os bravos que se levantam contra as injustiças que enchem as já corriqueiras notícias de corrupção, aliciamento e manipulação ideológica. E todas as mais sórdidas maneiras de beneficiar-se da ignorância alheia, do povo à margem de uma educação que lhes permita discernir entre o interesse comum e o próprio.
Percebo triste quando a tendência pessoal se sobrepõe as necessidades sociais. Quando o ato da boa escrita se disponibiliza a usar dos bons argumentos para criar fatos. Prefiro na mais sublime das minhas esperanças, alcançar o dia em que o povo seja capaz de entender os acontecimentos globais por sua própria ótica, sem que precise dos arrumados discursos que transformam atrocidades contra a humanidade, em momentos gloriosos da história nacional, regional, estadual, ou, municipal. Por fim, da nossa história. Espero chegar a isto antes do crepúsculo da minha existência.

sábado, 19 de setembro de 2009

Tempo

Mas afinal de contas o que é o tempo? E por favor, não me venha com nenhum conceito de dicionário embaixo do braço que esse eu não aceito. Em uma oportunidade bem interessante eu perguntei quanto tempo dura um mês? E ainda bem que fiz essa pergunta para mim mesmo, por que sempre tem um engraçadinho para dizer: “São trinta dias”.Quando penso nesse assunto, ao contrário de grande parte das pessoas a ultima coisa que me vem à cabeça é um ponteiro, dando voltas em torno de um circulo que determina os minutos de cada vida... uma que começa... outra que termina. Em verdade o que busco neste espaço são as relações construídas nele, são as várias possibilidades que este senhor de toda a vida nos permite ou não.Tempo! Uma seqüência inenarrável de acontecimentos em que estranhos passam a fazer parte de sua vida, e com o tempo tornam-se sua vida. Onde a intimidade são só simples e automáticos passos à frente. E que com o passar dele mesmo, o tempo, vocês abandonam essa condição de dois, e tornam-se um. Com duas cabeças, dois corações, mas um pensamento: O de ficarem juntos.Mas, talvez tenhamos nos distraído, porém eu lembro, e falamos nas impossibilidades, e dentro destas está o fato de que por mais que sejamos um, somos diferentes. Amamos, mas somos imperfeitos. E mesmo de mãos dadas corremos o risco de nos perdermos. E é exatamente onde nos encontramos de frente do velho baú da vida, onde guardamos toda essa seqüência de acontecimentos ao qual damos o nome de experiências. Então conversamos. Tomamos cada um, posse de sua individualidade e chegamos à triste conclusão de que mesmo as coisas que duram para sempre, se perdem na inconstância do tempo. E só os momentos são eternos. Por que mesmo que seus donos se percam por alguma faceta do tempo... Eles ainda sobreviveram pela eternidade.

Tristeza! Tristeza! Tristeza... Beleza estranha. Estranheza.


*Texto escrito em 02/04/07

A Próxima Queda

Para que eu haveria de querer poesia?
Se as lágrimas já não me servem de guia.
E o que de belo havia hoje reflete sem brilho
O que minha vida tem de monotonia.
As febres que nunca atingem altos graus
As dores que não me matam, apenas me deixam mal.
Vou seguir, porém adianto... não tentarei levantar na próxima queda.

* Texto escrito em 01/04/07

O Sentido do Caminho é a "Verdade"

O segredo é a verdade. E mesmo que a verdade seja um segredo inalcançável, o caminho em sua procura é o sentido. Pois, a força não está na vitória, e sim na luta. No enfrentamento do desconhecido. Por que caminhar com as luzes acesas é sempre possível. No entanto, a escuridão é que nos dá a dimensão exata de onde podemos chegar quando o dia amanhecer.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

09/09/09

A inconstância do tempo é o paradoxo diante do equilíbrio que a simetria dos números oferecem. Quem viverá mais um século, para reviver este momento? O nove representa o infinito de possibilidades que extravasam crenças, costumes, amores e gostos musicais. Porém aqui, hoje; 09/09/09, ele é: recomeço.

Finda-se um ciclo e tudo nos remete a nove. Em mim, o exemplo se dá na soma dos dígitos que compõem minha idade atual. Todavia, setembro por si só já nos proporciona mudanças. Quando o nostálgico cinzento do inverno veste-se no emaranhado de cores das flores primaveris. Mas... ainda me falta alguma coisa... falta-me na realidade, o descabido silêncio que pisa no freio quando a vida desce desgovernada a ladeira do seu curso.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Acordado, Sonhadores

Por que me encontro quando me perco em seus olhos, e me perco quando não os encontro?
Responda-me em uma palavra, o que são os riscos deste teu sorriso?
Diz que a vida não acaba na morte. E que a tristeza é só para sabermos o quão bom é ser feliz.
Diz bem de perto que hoje é o primeiro dia do mês de setembro, e seu cheiro vai fazer parte de todas as minhas primaveras, e assim, vou acreditar que os sonhos duram mesmo depois que acordamos.

*Créditos da foto: Teobaldo M. de S. Neto

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A utopia do horizonte

Percebo o ar parado a minha frente e num lapso transporto-me para outro lugar e ainda assim não me sinto presente em parte alguma. Determino o caminho e não consigo trilhá-lo. Elaboro o projeto e não o executo. Perco-me onde mais me reconheço e só encontro os caminhos que nunca passei. Talvez querer não seja de fato poder, mas quando se quer o caminho para tê-lo se torna mais curto. O que se quer afinal? E o horizonte deixa de ser a utopia do velho uruguaio Eduardo Galeano*e se transforma em algo palpável.







*"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar" (Eduardo Galeano).
** Créditos da foto Teobaldo Marinho de Souza Neto.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O Livro e a Cachaça, “O Certo e o Errado”

Estou, às sete horas e quarenta minutos desta manhã de domingo, acordado, visto que mesmo tendo despertado às cinco da madrugada só encontrei forças agora para erguer-me. Tenho que ir ao supermercado, por que seria estranho se houvesse o que comer num fim de semana em uma república estudantil. Supermercado! Citando um poeta* contemporâneo: “não é lugar de ser feliz". Não é! Os olhares claramente incomodados pelo simples fato de que meus gostos e traços não se encaixam dentro do padrão.
Confesso! Prefiro, hoje, lugares mais populares. Como mais satisfeito no mercado da feira, que no melhor restaurante da cidade, pelo simples fato de que o primeiro espaço vem acompanhado das verdades cotidianas que fazem parte da vida, e que necessitam de maquiagem para se sentirem a vontade no segundo lugar.
Já não discuto entre o valor das melodias de Mozart e os sons inspirados do mestre Gonzaga, entre a importância de um livro e uma garrafa de cachaça. Por que o livro pode ser mal compreendido, enquanto a cachaça vem sempre acompanhada. Se a companhia for bem escolhida dá conta de uma biblioteca.
Hoje eu escolho brigar pelo que acredito, ao invés de conciliar para simplesmente evitar o atrito. Com isso descubro que não há certo e nem errado. Pois agora é certo para mim e errado para outros, no futuro será certo para todos, ou errado.
Quanto ao supermercado... um garoto de aproximadamente 11 anos foi preso por roubar um pacote de biscoito. Quando a polícia chegou o mesmo gritava – “estou com fome, estou com fome!” Neste mesmo momento em que os policiais saiam do estabelecimento, chegou outro garoto de não mais que 13 anos e estacionou um carro de luxo ao lado da viatura e os soldados nada fizeram. Duas infrações cometidas pelos garotos. Sabe qual a diferença real de uma para a outra? É que o garoto do carro é filho do dono do supermercado.

*Zeca Baleiro.

Créditos da foto: Professor Antônio Claudio Barbosa (Claudinho)

terça-feira, 28 de julho de 2009

Corações

Guardam dentro deles todas as ilusões de que o mundo vai ser melhor, e também todas as certezas de que não há mais esperanças. Sigo pelos paradoxos que fazem da dúvida uma certeza, e trazem sempre à dúvida se realmente existem certezas. O dia ensolarado está chovendo, o chocolate no frio derretendo.

*Créditos da foto Teobaldo Marinho de Souza Neto


sexta-feira, 12 de junho de 2009

Aos Meus Pais


O que seriam as datas sem todo o seu denso e riquíssimo significado construído pelos momentos inesquecíveis que vivemos nelas no decorrer dos anos? O que significaria uma palavra se fosse esvaziada de todo o conceito que traz agregado a si em cada minúscula sílaba que a compõe? O dia 12 de junho por si já é uma data comemorada por todos aqueles que são ou estão enamorados, mas há exatos 28 anos consolidava-se a união de um casal em especial, e por causa desta união posso eu agora estar falando-lhes de integridade, respeito, ética, compromisso, entrega e acima de tudo amor.
As datas simbolizam o que de belo ou triste os poetas transcrevem e chamam poesia, todavia, existem momentos que nos marcam mesmo sem termos feito parte deles diretamente. Assim foi o dia 12 de junho de 1981. Gostaria de dizer ao senhor meu pai e a senhora minha mãe que as palavras se perdem diante da grandiosidade do orgulho que sinto por vocês, então diante da súbita mudez... meus parabéns pelos 28 anos de casados. Amo vocês.

A Flor

Quando se ama e não se pode proteger, nos tornamos impotentes diante da realidade muitas vezes cruel. Quem ama o abstrato se envolve no abraço dos ventos frios que cortam o outono. Como numa manhã de 12 de junho quando o teu abraço me deixa um imenso vazio, vazio por não estar aqui agora entre os meus braços, e mesmo sabendo que te terei refém dos meus beijos no dia seguinte, só lamento não ser mais este o dia 12 e sim 13 sábado. Bem vinda minha rosa.

Manacá


Reduto perfeito de tranquilidade que exala em seus traços simples a exata necessidade humana da felicidade. Perfaz a contramão atual do sistema em sua incessante busca pelos modernos aparatos tecnológicos, enquanto aqui a vida passa lenta e compassada permitindo-nos sentir com toda intensidade o êxtase de estar vivo.
Nesse espaço sinto o gozo transcender o sensível, extrapolar os limites do corpo e flutuar sereno na insustentável leveza da alma. Já não estou e nem sou, o corpo é apenas um limite superado e o singelo riso já não contempla todas as necessidades do espírito. Aqui me basto física e espiritualmente neste paraíso.
*Créditos da foto Teobaldo Marinho de Souza Neto

Cidade

O que é uma cidade se não um emaranhado de ruas que se encontram e se perdem na concretude dos seus espaços? O que forma essas ruas que não sejam casas, uma ao lado das outras, onde fugimos da possibilidade de conhecer o outro? O espaço em que nos protegemos de nós mesmos achando que a proteção é contra o mundo.
As cidades que teoricamente nos aproximam na prática nos segregam, ou, como classes privilegiadas, ou desprivilegiadas, e o que antes era uma mazela dos grandes centros já compõem de certa forma o cotidiano de inúmeras cidades pequenas.
Mas com todas essas controvérsias urbanas existe um lugar que só em saber que faço parte dele já me permite um prazer pouco comum. Existe uma cidade que desce dos morros que a circunda com a graça de uma menina que sai para passear, uma menina de 199 anos dois meses e dois dias de idade é bem verdade, mas com a sutil leveza que só os poucos anos nos permitem. Os morros nos demonstram os contrários visíveis desse espaço, no entanto, tomados de uma áurea sublime que os faz harmoniosos nesse cenário.
Talvez em algum momento alguém sinta a necessidade de perguntar: que cidade é essa? De início direi que é o lugar onde, o saudosismo é a pedra que impede o próximo passo, porém direi em seguida que os que se debruçam sobre projetos para tornarem esse lugar melhor, o fazem pela enorme paixão que essa pequena cidade desperta nos que aqui chegam. Quanto ao nome... Caetité-BA, pelo seu povo, pela suas ruas, por suas paisagens, por seu clima e por si só já vale à pena conhecer, correndo-se o sério risco de querer permanecer por toda a vida.
*Créditos da foto Teobaldo Marinho de Souza Neto

quarta-feira, 27 de maio de 2009

MEAS (Movimento Estudantil do Alto Sertão): Desocupação




Existem momentos na vida que temos a oportunidade de olharmos no espelho, ou, nos olhos de um companheiro de luta, e dizer: é chegada a hora de recuar. Isso é amadurecimento! Tivemos os últimos 73 dias para construir esta consciência, e depois de amadurecida é o momento de torná-la pública.Não me permitirei aqui falar sobre aqueles que ficaram contra, ou em cima do muro, sem saber o que apoiar. A fala de hoje vai em forma de abraço a todos aqueles que desde o início se sensibilizaram com a causa e abriram mão de inúmeros projetos pessoais em prol desta idéia. Mas não só para eles, visto que os louros também devem ser estendidos à população em geral. Como me esquecer daquele senhor que chegou à porta da universidade nos primeiros dias de ocupação com um pacote de macarrão e uma caixa de molho de tomate numa sacola, e disse: “não tenho ninguém estudando aí hoje, mas o futuro é um mistério e se vocês não estivessem aí o futuro seria uma dúvida”.Recebemos apoio dos mais diferentes lugares e das mais diferentes pessoas, tivemos que abrir mão de alguns dogmas, como o de não aceitar o apoio político para as negociações, mudamos de idéia e quando o fizemos fomos abraçados e ajudados no que foi possível pelas representações do poder público municipal da cidade de Caetité - BA, entre eles vereadores, presidente da câmara, vice- prefeita e o próprio prefeito.Se pensarmos no principal objetivo do movimento ele ainda não foi alcançado, mas o caminho está pronto, agora vamos precisar ainda mais de todos os que antes estiveram ao nosso lado. Hoje dia 27 de maio de 2009, depois de 73 dias estamos desocupando a UNEB, mas é bem provável que ela não volte à normalidade visto que desde o mês de fevereiro o Campus VI não recebe as verbas necessárias para o seu funcionamento. É hora de parar e pensar sobre nossas responsabilidades no momento de escolher nossos representantes. Não estou aqui defendendo ninguém até por que não encontrei um só candidato digno de defesa, só estou apelando aos “Cidadãos” que repensem seu papel na sociedade e depois o assuma. *Ressalto publicamente, que continuaremos lutando pelos nossos ideais de uma educação superior que seja pública, gratuita e de qualidade, mas acima de tudo, HONESTA para com aqueles que se dispõem a participar de uma comunidade acadêmica onde as pessoas escolhem construir a sua própria historia sem aceitar de forma passiva o que lhes é imposto. Não podemos esquecer que “o sertanejo é antes de tudo um forte”. Por esta e outras razões, o MEAS continua na luta!!!
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*A conclusão a partir daqui é mérito de Eliana Márcia Carvalho.
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sexta-feira, 22 de maio de 2009

MEAS (Movimento Estudantil do Alto Sertão): Dois Meses de Ocupação


Lá se vão dois meses de uma esperança que insiste em não cessar, de uma esperança que não encontra obstáculos que a mantenha limitada. Todavia, esta não é apenas uma luta travada em prol de ganhos de cunho Material. Não. Trata-se da morte ideológica de muitos dos que participam desta resistência, pois cremos intensamente por toda a nossa vida estudantil, na existência da luta entre classes, e sabemos que mesmo que tentem disfarçar em discursos de igualdade ela acontece e só não percebe quem não reflete sua própria realidade, e tenta absorver realidades alheias na tentativa frustrada de fugir à sua.
Foi deste conflito de classes que nasceu no ABC paulista no início da década de 80 o PT (Partido dos Trabalhadores). Ele que surgiu exatamente dos conflitos entre capitalistas e explorados pelo capitalismo. Agora insiste em agir como um típico partido de direita, fechado aos interesses dos grandes opressores que povoam a história da humanidade, em governos que beneficiam apenas uma pequena minoria privilegiada. Dirão que este é um discurso marxista e obsoleto, mas desde quando a busca por uma emancipação humana está fora de moda? Creio que perdemos algumas referências e isso de certa forma nos enfraqueceu, mas não deveria prejudicar nosso espírito. Quando rompemos com o carlismo no governo da Bahia tínhamos certeza de que não seria fácil consertar tudo, mas restava a convicção de que uma das principais bases democráticas seria respeitada: o dialogo.
Acreditávamos que tendo o governo federal ao nosso lado as coisas aconteceriam de forma mais tranquila. Triste engano. O governo da Bahia realiza concurso público para a policia militar e não para professores, por que acredita que “bater” é mais fácil que educar. Que o povo tem que apoiar o governo pelo medo e não pela consciência, que democracia é: “sim senhor” e não questionamentos, que a busca por explicação é incitação a desordem e tudo isso gerado por aquela anterior falta de dialogo. É crime brigar por uma educação de qualidade? Se for prendam-me e condenem-me a prisão perpétua. Por que eu prefiro viver recluso a ter que acreditar que a educação perdeu o sentido na construção do ser humano.
No dia 16 de maio de 2009 completamos dois meses de ocupação da UNEB nos campus VI (Caetité), XII (Guanambi) e XVII (Bom Jesus da Lapa). Resistimos! Resistimos ancorados naqueles que assim como eu acreditam que não basta passar pela universidade e sair com um canudo embaixo do braço, é preciso refletir e acima de tudo viver aquele espaço. Não basta adentrar o mercado de trabalho e realizar o que todos os outros já fizeram antes, temos que extrapolar os nosso limites, e isso só acontecerá quando tivermos o suporte que só a educação de qualidade nos oferece.
O MEAS não é unanimidade, e provavelmente não existiria se fosse, pode não contar com a maioria por que historicamente estão ocupados demais com seus problemas particulares para se preocuparem com o coletivo. Porém conta com um grupo que apesar de reduzido está consciente de seu papel na sociedade, e eu pessoalmente acredito que um homem consciente e politizado vale mais que uma massa alienada. Por isso eu convido a todos que reflitam sua realidade, pensem no que acham que não está certo e o que pode ser feito para mudar, por que podemos não mudar o mundo, mas mudaremos nossas vidas.

* Depois de 67 dias de ocupação fica ainda mais clara a idéia de que só a educação diferencia os homens dos outros animais, mas uma educação com responsabilidade social. E como sei que não se fazem revoluções sem livros, ofereço-lhes a imagem da minha pequena biblioteca como inspiração.
*Créditos da foto Teobaldo Marinho de Souza Neto

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Céu


Os passos são caros, caros e raros como se escalassem uma montanha, no entanto, caminham no plano. Na linearidade do comodismo e do alheamento, na impessoalidade de achar que outro virá e resolverá.
Os tempos estão áridos, mas uma esperança insiste em brotar entre os espinhos passivos, que não passam e nem deixam passar, mas o céu está acima, e nem ele é o limite.
Créditos da foto: Professor Antônio Claudio Barbosa (Claudinho)

terça-feira, 12 de maio de 2009

"Eternamente"


Hoje as pedras que encontrei no caminho, serviram de ornamento para o meu novo jardim.

As flores que enfeitam o ambiente têm os mais diversos cheiros, exalam perfumes sem fim.

O aroma que rasga o ar transcende o sensível, escapa a conceitos e definições, se esconde depois extasiado num peito chamado paixão.

Rompe de agora em diante com o saudoso, o nostálgico e a melancolia, segue apenas em busca do gozo, da festa, da alegria, e que esta seja “eternamente” a de viver.
*Créditos da foto Teobaldo Marinho de Souza Neto

quarta-feira, 22 de abril de 2009

MEAS (Movimento Estudantil do Alto Sertão): Um Mês de Ocupação


Qual a importância de um dia? Sinceramente podemos, sem sombra de dúvidas, dizer que depende muito do dia. Em alguns diremos que ele voou, no entanto diremos em outro que ele parece ter quarenta e oito horas. Agora pense que o conceito de resistência é: ato ou efeito de resistir. Pegue um copo com água e levante a altura do ombro e se pergunte por quanto tempo consegue permanecer nesta posição. Estamos no trigésimo primeiro dia de ocupação dos campi VI (Caetité), XII (Guanambi) e XVII (Bom Jesus da Lapa), da UNEB, e muitos dos que engrossavam o caldo desta militância já desceram o braço com o seu copo com água. No entanto, os que trazem o seu ideal de uma Universidade de qualidade arraigado em seus corações permanecem.
Temos consciência de que existem inúmeros colegas que são contra esse movimento, mas são contra até que ponto? Por que acreditamos ser necessária a colocação de pontos de vistas diversos para a melhor consolidação de uma idéia. Todavia o que temos são pessoas desinformadas que por não terem “tempo” (segundo elas mesmas) para participarem de uma mobilização séria e legítima, se refugiam nesta mesma falta de “tempo” (aqui ler-se falta de argumentos fundamentados) para se posicionarem contra. E aqui perguntamos, contra o que? E é lamentável que as respostas circundem sempre o mesmo discurso: “estamos perdendo aula”. Concordamos que estamos perdendo aula, mas temos a consciência de que é por um bem maior, porém os que estão na contramão deste movimento têm voz em nossas discussões para tentar nos convencerem de que estamos errados, mas não o fazem.
E é aqui a parte mais íngreme desta escalada, visto que as pessoas que estão contra não se manifestam, ou, quando se manifestam o fazem em “eu acho que”, ou então questionam sobre os ganhos do movimento, que apesar de muitos, serão sempre tidos como poucos porque é comum minimizarmos o esforço alheio, principalmente quando tivemos a oportunidade de participar destas conquistas e nos recusamos por aquela mesma falta de “tempo” anteriormente citada (aqui leia-se passividade, analfabetismo político
*).
Enfim o MEAS não se resume a esta resistência frente ao descaso com a educação. Este foi apenas o seu berço de nascimento, para os que contaram os dias, preparem-se para contarem anos, por que mesmo quando a ocupação terminar com todos os seus ganhos e experiências, o movimento será o legado deixado por esta geração em contribuição a esta instituição (UNEB), que tanto tem feito por muitos e que tão pouco recebe de todos. O MEAS é por fim os gritos altos e bravos de renascimento do movimento estudantil do alto sertão e suas ações primam, agora, e primarão sempre por melhores condições para a realização e o desenvolvimento de um trabalho sério que possibilite a formação de profissionais qualificados que possam num futuro retribuir a sociedade o que ela investiu na sua formação, mas não só em sua formação profissional, mas principalmente em sua construção humana, como membros conscientes e politicamente ativos dentro desta mesma sociedade.
16 de abril de 2009.

* Bertolt Brecht

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Deus

Perdoe-me a descrença, é que me recuso a crer na tua existência preso aos moldes daqueles que dizem te representar. Nego-me a acreditar nestes discursos que só beneficiam ao orador. Não me permitirei jamais ver-te como aquele que castiga e pune. O que seleciona os bons e os maus e diz em sua “sabedoria” quem ascende ao “céu” ou sucumbi ao “inferno”.
Prefiro-te Deus sem a necessidade de qualquer apresentação, apenas aquele que está no amor e no ódio, no direito e ao mesmo tempo no esquerdo, que estabeleça paradoxos, mas que nunca enxerguemos o embate entre contrários e sim o todo.
Percebo-te sempre na vida e na morte; no ar, chuva, céu, mar; no claro raiar do dia e na mais acentuada escuridão. Encontro-te em tudo o que posso ver, e o que não vejo, sinto; o que não sinto, ouço; o que não posso ouvir, cheiro; e o que não consigo cheirar, vivo; vivo intensamente com toda a minha alma o sublime êxtase de estar.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Muro Entre Lábios

Os olhos estão cansados, e de tanto, estão turvos. Vejo-te agora no limite do que posso distinguir, mas não sem esforço. No entanto, o que percebo são cachos e risos, um olhar meigo e altivo que mesmo diante de toda disponibilidade, não encontra forças para transpor o muro que criou em torno de si, e que segundo você mesma é para se proteger do mundo. Só que esquecestes que não há mais mundo, agora é só você.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Imortalidade

O primeiro dia de abril amanheceu chuvoso e cheio de promessas. A chuva que cai lava a alma e leva as saudades de tempos anteriores. Mesmo sendo hoje o dia da mentira, prefiro acreditar que estas mentiras sejam como caminhos encontrados pelo destino para nos falar de verdades.
A chuva cai insistentemente e eu a eternizo nos traços rápidos e imprecisos da minha caneta esferográfica preta. A escrita é um dos meios de se vencer a morte, e através dela nos tornamos imortais.

terça-feira, 31 de março de 2009

Eu

Tive já a oportunidade de ouvir sobre os meus textos, de que estão muito carregados de dor, tristeza, solidão, descrença, e inúmeros outros sentimentos tidos como “negativos”. Eu não sei, mas se tivesse a oportunidade gostaria de saber quem construiu o conceito de negativo. E depois de descobrir o contexto em que este foi concebido, iria decidir se realmente são nocivos: a dor, a tristeza, a solidão e a descrença.
Por enquanto vou me permitir apresentar-lhes o meu ponto de vista em contrapartida ao conceito apresentado pelo dicionário. Comecemos por dor que segundo o Aurélio é uma sensação desagradável. No entanto a definição não diz que esta “sensação desagradável” é um mecanismo que o corpo tem para nos proteger do perigo, ou, para mostrar-nos que é possível parar e pensar o que foi feito de errado e onde se
pode mudar, é como são tratados de certa forma a solidão e a tristeza, como se fossem apenas conceitos abstratos. Não são. Posso estar entre milhares e só, ou estar perfeitamente bem acompanhado em minha própria companhia. Não ter escolhas é que se configura solidão. Diante desta impossibilidade é que a tristeza ascende ao conceito que usamos dela.
O dicionário diz que tristeza é a ausência de alegria, como se só existisse dois caminhos; ou se está triste ou alegre. Quem dera o ser humano fosse tão simples, talvez se fosse assim, eu seria menos triste e menos só. Quanto à descrença, o próprio nome já traz seu conceito implícito - a falta de crença - digo que aqueles que formularam esta idéia ao meu respeito estão redondamente enganados. Acredito em muitas coisas que se podem supor, e só como exemplo posso citar: creio profundamente na amizade e no completo abandono em prol desta. Acredito no amor. Mesmo que de vez em quando eu pergunte se ele existe. Sinto com toda intensidade possível a necessidade que o ser humano tem do convívio social, apesar de adorar ficar só. Mas como disseram inúmeros pensadores ao longo da história, solidão só faz bem quando é uma questão de escolha. Quanto a mim, não tentem entender. Apenas convivam, é mais fácil.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Darwin tem razão

Lamento ainda que o moralismo propagado pela alta sociedade e tão arraigado em esferas rasteiras em possibilidades venha a me ocupar o tempo em discussões que não me trarão nada de que eu possa vangloriar-me num futuro próximo. (Um simples vaso transparente de tampa vermelha recheado de salgados para o lanche da tarde)? Qual a valia desta discussão? Aí me deparo com Pessoas que não se manifestam nem para dizer o que pensam (se é que pensam), de um dado assunto, e tratam movimentos sociais como oportunidades para não ter que ir a universidade assistir a quatro ou cinco horas de aula. E se mantêm apáticas a todas as manifestações que envolva a mínima necessidade da defesa de idéias, remetendo-me a clara certeza: Darwin não só tem razão – com a teoria de que evoluímos dos primatas - como também a de ser dito que algumas pessoas continuam agindo como se não tivessem evoluído, e mesmo em ambientes “acadêmicos” e que pelo menos em tese deveria suscitar o debate, falta o essencial – argumentos fundamentados – daí só me resta aconselhar dois caminhos, primeiro e penso que seja o mais importante: leiam para pelo menos ter o que falar, e segundo no caso da ausência de leitura e consequente ausência de argumentos, fiquem calados. (pelo menos a dúvida permanece). No mais ainda decidem agora falar-me de ética e tratos sociais. Como se perambulassem pelas mais finas castas da sociedade mundial. Preciso urgentemente voltar a ser aquele chato e seletivo sujeito de outrora, porque meu estômago não suporta mais tanta popularidade*.

* Convivência com alguns universitários de alcova.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Corações Sertanejos

Uma voz que ecoa solitária se perde na limitação do seu próprio grito.
Quando as gargantas se multiplicam as idéias ganham corpo e as dúvidas tornam-se certezas, os clamores emanam dos corações sertanejos e pelas correntes de ar chegam a capital: mais fortes, mais bravos e repletos de indignação. Soluçam por direitos, exigem solução. não emudeceremos nossa voz! Gritaremos ainda mais alto frente a tentativa de qualquer repressão.

Conceito de dor

É tão abstrato o conceito de dor que sinto-o em cada centímetro do meu corpo, e não consigo entende-lo.
O claro azul típico do céu de verão deu lugar a pálida paisagem de outono, nostálgica e fria como as palavras que cortam minha alma.
No fim de tudo eu lamento a dor que não sinto no coração, lamento não ter mais coração. É aqui diante da consciente ausência que a dor se propaga com mais intensidade, porque só se sente falta* do que já se teve.



*Saudades da convivência diária com minha família.

terça-feira, 24 de março de 2009

MEAS


Nestes primeiros dias de outono o céu cinzento do fim da tarde é o extremo oposto do claro e brilhante céu de brigadeiro em que brilham as esperanças daqueles que compõem o MEAS.
Descem os primeiros louros e a vitória não tardará, mas antes que esta deusa se deite em verdes campos de tranqüilidade, as batalhas de cada dia mantêm motivados os bravos soldados que lutam por soluções, certos de que só nos restam oportunidades. E mesmo que pareçam apenas gotas, somos bem mais.

quinta-feira, 19 de março de 2009

MEAS (Movimento Estudantil do Alto Sertão): estado de ocupação

São nos momentos mais críticos que descobrimos com quem podemos contar. É sem dúvida nestes momentos de dificuldade extrema que se faz necessária a construção de unidades, onde os interesses individuais são esquecidos em prol de uma coletividade muito mais ampla, muito mais abrangente. Em momentos como estes deixamos de ser caetiteenses, guanambienses, cruzalmenses, enfim, esquecemos nossa naturalidade. Tornamos-nos unebianos, e aos que se negam a se assumirem como tal, revejam o que de fato estão indo fazer em cada Campus nos quais estudam. Pare e pense novamente o que você fez para melhorar essa universidade. E não se preocupe em responder, sua resposta só serve a você.
E foi desse abandono de interesses individuais, em beneficio de todo o coletivo que nasceu o MEAS (MOVIMENTO ESTUDANTIL DO ALTO SERTÃO). Abandonamos as equações matemáticas, as construções sintagmáticas, os estudos teóricos ingleses da obra de Shakespeare, os processos químicos que constituem o corpo humano, os levantamentos de tempo e espaço. Deixamos de nos educar fisicamente e de propor soluções pedagógicas; deixamos de tentar administrar realidades utópicas, tomamos as rédeas de uma luta que só interessa a nós. Entendemos que para que sejamos capazes de exercer nossa subjetividade com dignidade é preciso que o todo esteja em equilíbrio e é por este equilíbrio, por essa ordenação, que estamos aqui.
Falaram em todos os meios possíveis e de todas as formas possíveis sobre o movimento de ocupação. Falaram bem e mal, falaram muitas vezes do que nem sabiam, mas não deixaram de opinar, chamaram-nos de desocupados, baderneiros e até de comunistas. A mídia de credibilidade foi imparcial na cobertura dos fatos, a de boteco tomou partido de uma realidade da qual não tem nem se quer uma opinião plausível para apresentar. A rede televisiva regional permaneceu de costas por um tempo, e quando nos olhou ainda o fez cheio de julgamentos.
Qual o estado da UNEB? OCUPADO! Por quanto tempo? ATÉ QUE SEJAMOS OUVIDOS. A universidade não está ocupada por um monte de estudantes que não tem o que fazer como foi falado por diversas vezes. Não! Ela está ocupada por pessoas cheias de esperanças e que cansadas de esperar, e desiludidas pelas falácias cotidianas e medidas paliativas que só amenizam os problemas, fizeram o que todo sujeito dito cidadão deveria: Exigir o respeito aos seus direitos e ao cumprimento efetivo desses direitos.
Por fim devo dizer que poderíamos embasar nossos discursos em qualquer um dos grandes filósofos que se destacaram na história da humanidade, mas não! Prefiro citar um dos companheiros do movimento que disse: “A UNEB tem uma “arma” apontada pro nosso coração, quando nos obriga a assistir seis aulas de uma mesma disciplina, a UNEB tem uma “arma” apontada pro nosso coração, quando oferece cursos com apenas dois professores efetivos, a UNEB tem uma “arma” apontada para o nosso coração...” espero que essa mobilização prove não só a nós mesmos, mas a toda a sociedade que quando nos unimos em prol de uma causa nobre e nos dedicamos a ela, as mudanças acontecem. “Não é o povo que tem que temer o seu governo, é o governo que tem que temer o seu povo”. (V de Vingança, 2005). Enquanto houver força e esperança, estaremos lutando.

sexta-feira, 13 de março de 2009

“As Portas da Percepção”


Ouço sons, mas eles não fazem muito sentido. E mesmo que fizessem, perder-se-iam todos à porta da minha percepção. É desafiador quando o estar feliz se torna volátil e a busca por uma utópica paz interior transforma-se na cotidiana e infinita guerra entre o interno e o externo. Tanto que de tão confuso fico deprimido de alegria e estou sorrindo de tristeza, ando tão a míngua do abstrato conceito de felicidade, Que as desgraças alheias me trazem contentamento.

P. S., por favor, não me julguem, só estou reproduzindo as falas amigas quando dizem: “não reclame! Tem gente pior”. Resquícios da mesquinhez humana que alivia sua dor ao saber que o próximo sofre mais.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Vestido vinho


O corpo loiro do vestido vinho, ou, o vestido vinho do corpo loiro? Não sei! Porém quem se apegaria a conceitos diante da imagem, os lábios entreabertos e os olhos focados no livro sobre a mesa, por que a mão apoiando o rosto, e os pés batendo o chão como se marcassem um compasso? Os fios do seu cabelo hoje não estão assanhados, deitados prestam uma solene homenagem ao corpo loiro vestido de vinho... ao loiro vestido de vinho.

Mulheres

Na realidade eu discordo da necessidade de uma única data pra homenagear as mulheres, por entender que são merecedoras de todos os louros, flores e poemas cotidianamente. Mas diante dessa imposição e de toda a amplidão da data eu não poderia furtar-me o direito de dizer que se existe um conceito de perfeição aplicável, esse tem sem duvida a imagem da figura feminina. Sejam elas, avós, mães, filhas, namoradas, esposas, amigas, enfim, mulheres. Pessoas que conseguem um misto de força e singeleza, explosão extrema e meiguice, são absolutamente donas de seus sorrisos, mas de lágrimas involuntárias. A mulher é a clara representação da natureza em sua essência, são fortes, bravas, em momentos em que seria normal desesperar-se, no entanto, perdem completamente o controle diante de coisas tão simples que por vezes me fazem ri. É essa dicotomia que torna cada mulher rara e especial. Portanto, feliz dia internacional das mulheres!

segunda-feira, 2 de março de 2009

A flor de Lótus do Meu Jardim


Sou humano e dentro de toda complexidade que esse ser reúne, eu me debato em questões mínimas, de difíceis resoluções, mas mínimas. Por exemplo, a pessoa “perfeita” para minha vida... não existe! No entanto aí está à mágica, pois, o que torna (em minha opinião obviamente) uma pessoa apaixonante são seus erros, e a forma como ela se comporta diante desses erros. A peculiar maneira como cada pessoa encontra suas soluções é o que transforma o paradoxo da vida em algo incrível.
Enquanto humano e complexo, não foram os momentos mais felizes que me deram o que hoje pra mim é importante, ao contrário, não vou dizer que foram os mais tristes, entretanto, os mais difíceis me trouxeram as melhores lições.
Para tanto entendi que um rosto rubro de vergonha, acompanhado de um sorriso meigo é mais caro que as revoluções que encabeço em prol de terceiros. Percebi que cheiros só são especiais quando são capazes de te mover, e movem, como quando sinto o seu cabelo e tenho a sensação de estar em um jardim... um jardim de uma única flor... um cálido lótus branco, de aspecto frágil, todavia imune a qualquer tipo de dor.