Por enquanto vou me permitir apresentar-lhes o meu ponto de vista em contrapartida ao conceito apresentado pelo dicionário. Comecemos por dor que segundo o Aurélio é uma sensação desagradável. No entanto a definição não diz que esta “sensação desagradável” é um mecanismo que o corpo tem para nos proteger do perigo, ou, para mostrar-nos que é possível parar e pensar o que foi feito de errado e onde se pode mudar, é como são tratados de certa forma a solidão e a tristeza, como se fossem apenas conceitos abstratos. Não são. Posso estar entre milhares e só, ou estar perfeitamente bem acompanhado em minha própria companhia. Não ter escolhas é que se configura solidão. Diante desta impossibilidade é que a tristeza ascende ao conceito que usamos dela.
O dicionário diz que tristeza é a ausência de alegria, como se só existisse dois caminhos; ou se está triste ou alegre. Quem dera o ser humano fosse tão simples, talvez se fosse assim, eu seria menos triste e menos só. Quanto à descrença, o próprio nome já traz seu conceito implícito - a falta de crença - digo que aqueles que formularam esta idéia ao meu respeito estão redondamente enganados. Acredito em muitas coisas que se podem supor, e só como exemplo posso citar: creio profundamente na amizade e no completo abandono em prol desta. Acredito no amor. Mesmo que de vez em quando eu pergunte se ele existe. Sinto com toda intensidade possível a necessidade que o ser humano tem do convívio social, apesar de adorar ficar só. Mas como disseram inúmeros pensadores ao longo da história, solidão só faz bem quando é uma questão de escolha. Quanto a mim, não tentem entender. Apenas convivam, é mais fácil.