quinta-feira, 20 de maio de 2010

Conceito de Amor

Não deixe que tuas lágrimas se lancem do alto dos teus olhos só porque o teu coração sofre por amor. Porque ele, o amor, na condição de verbo (amar). É o estado de perfeição em que se encontram algumas poucas almas escolhidas nesse mundo de solidão. O nosso tão nobre sentimento verbalizado no gerúndio, (amando), é dentro da filosofia da vida um instante sublime do espírito, representado por aquele que é um dos, se não, o mais grandioso de todos os sentimentos, de todos os estados, o de estar apaixonado. O sentimento amor é engraçado... Enquanto paixão nos transforma em bobos e nos dá primavera em todas as estações do ano, quando solidão, mostra que os melhores momentos de nossas vidas foram os que dividimos com alguém. O amor é histórico, porque mesmo quando está fora de moda alguém sempre fala nele, nem que seja apenas como critica, foi ele que para os leitores da primeira obra do poeta alemão Goethe (1774). “Os Sofrimento do Jovem Werter”, justificaram os vários suicídios dos jovens daquela época. Para esse sentimento não existe meio termo justo, ou se ama, ou não se viveu. Não me diga que gosta. Ou que ama, mas prefere não se entregar. Ou amamos e perecemos buscando a felicidade ou morremos sem saber o que foi a vida, pelo simples fato de que a vida não tem sentido sem sentimento, sem amor. É verdade! Os poetas são inconstantes, e de todos eles houve um que cunhou uma frase que é de certa forma a maldição de todos os poetas. Shakespeare disse em certo momento: “Menos ama quem mais fala de amor”. Não que eu não ame, é que consigo me refugiar no que escrevo e assim sofro menos. Quem dera se todos pudessem refugiar-se em seus textos. Quem dera a condição de poeta fosse de todos. Mas, não! Essa maldição recai sobre uns poucos que fazem de suas doces palavras o alento do que realmente sentem. Amar! Se vir inteiramente submisso a outra pessoa e mesmo assim estar feliz. Em que outra situação alguém se submeteria a isso de livre e espontânea vontade? É! Às vezes fico perguntando qual a sensação... Mas, no fundo eu não quero saber a resposta. Gosto da minha condição, gosto de ter tudo sem pertencer a ninguém. E talvez esse seja o segredo, somos vulneráveis quando gostamos e fortes quando ignoramos, você não acha? Se não experimentou a hora é agora. Sabe qual o maior inimigo desse sentimento? Além da passividade, é sem sombra de duvidas o medo... Medo! “será que isso que estou fazendo é certo”? “E se alguém souber”? Não existe certo ou errado quando o assunto é amor. E essa é uma de suas vantagens, por ele se configurar em todos os aspectos e não só no campo sentimental, o amor é perfeito por perpassar o mundo das idéias como defendia Platão, o amor é acima de tudo... Corpo! Quentes, suados, enlouquecidos de tesão, porque se o amor pode se expressar visivelmente é através do tesão, são os pelos de todo o corpo arrepiados só de ver o objeto de seu desejo a alguns centímetros e não poder tocá-lo. Mas, ultrapassando todos esses campos que vão desde a literatura, onde, o amor justifica guerras, passeando suave já pelas melodias mais sublimes compostas em sua homenagem, até as trovas mais solitárias daqueles que caminhavam pelas madrugadas propagando o “Carpe Diem”. E eis que chego ao objetivo traçado desde a primeira frase. Aproveite o dia! Estamos sempre pedindo para que ele não seja o ultimo, para termos sempre a oportunidade de um algo a mais, mas, se for, e se realmente existir outra vida, pense no sofrimento que será a eternidade povoada dos lamentos: “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer” (Titãs). Não se culpe nunca por ter deixado algo para trás, culpe-se apenas pelos excessos... Como diria umas das almas mais iluminadas da poesia alemã e mundial: “O que sei todos podem saber, meu coração, porém, só a mim pertence”. (Goethe, 1774). Afinal, o seu amor não nasce no outro, ele é inerente a você.

*Texto escrito em 14/03/2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário