quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Primavera à Noite

A primavera à noite não nos brinda com
O colorido das flores, a variedade de cores
E a sensação de que o bem está ali, ao alcance
Das mãos.
A primavera à noite é como o vazio coração de
Um poeta, que sem os motivos pra florescer, espera
O fim com a esperança de que o futuro lhe traga jardins
Mais floridos.
A primavera à noite arde como os olhos de quem chora
O que não pode alcançar. 
Aquele que acreditou nos horizontes,
Mas não aprendeu a voar.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Surdez Muda

Mas é de fato uma pena
Aos ouvidos ingênuos de
Risos amarelos.
Indecentes em suas palavras,
Arrogam-se o direito de julgar.
Não escutam e nem falam.
Agem como se não soubessem pensar.

Através do Universo


É como se eu ainda pudesse te sentir aqui.
Como se a vida fosse um grande circulo por
Onde passamos o tempo todo em lugares repetidos.
Mas não é assim, e eu fico feliz que não seja.
Posso dizer que pelo menos com relação a minha vida,
Nietzsche errou, com sua teoria do eterno retorno.
Sinto-me livre para não repetir, nem caminhos,
Nem erros. E assim quando as flores nascerem na
Primavera, saberei que é a primeira vez que eu as
Vejo, lembrarei do que fui, mas acima de tudo, ficarei
Feliz por quem sou.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dançam os lábios em doces encontros

Minha alma sorri! Pode parecer exagero,
Mas você vai ter a coragem de me acusar?
O teu cheiro é o que me atrai. Seu carinho
O que me mantém. Seu beijo o que prende.
Existe amarra mais rígida que o sentimento?
Estou me aconchegando no teu abraço,
Como quem busca fios para costurar vidas.
Encontrei em seus lábios o sabor e a paz
Que preciso para estar em harmonia.
Portanto, Não te afastes meu bem!

P.S. Perdoe-me a leveza das palavras, é que teu cheiro
Faz parecer que sou só alma.

domingo, 17 de outubro de 2010

A Negação da Inércia

A medida exata do amor é o ato corajoso
De não esperar que a vida termine a partir
Deste ou daquele sentimento. É saber que os
Bons corações se moldam pelas dores que
Já viveram e que um corpo sem cicatrizes
Não viveu e não tem história. Toda Relação
Implica a possibilidade de conflitos, decepções
E magoas, mas não existe uma única pessoa que
Principie a sua caminhada olhando para o dia em
Que ela vai terminar. Se fosse assim, viver não
Teria sentido.

Desejo Vertical


Ouço que a eternidade não tem sentido
Pela ausência de possibilidades de uma
Tarde chuvosa de domingo.
Não condiciono minha felicidade aos
Obstáculos, pelo contrário, ela é livre
Para se permitir tanto num horizonte de
Um sol nascente no limite entre o céu e
O oceano, quanto na verticalidade de uma
Queda livre diante de uma decepção.
Os muros existirão sempre, assim como
O desejo de superá-los.

sábado, 25 de setembro de 2010

A Lua Cheia de Alegria


Um luau, mas a lua foi encoberta pelas telhas.
Houve música, mas não havia violão.
Existiam palavras, mas não havia poesia.
A alegria do vinho distorceu os sentidos e tudo
O que poderia ser aproveitado, não foi, está perdido.
Restaram por fim as pessoas e estas tornaram a
Festa única, como uma pinta na má companhia de
Um sorriso. A metáfora é o alento da alma quando
Não podemos dizer tudo o que se quer.

sábado, 11 de setembro de 2010

Sombras III


Os segundos de felicidades são caros, pagos com
Intermináveis minutos de sofrimento. Temo aceitar
Sem maiores questionamentos o pessimismo filosófico
De Schopenhauer e pensar que a vida é um eterno sofrer,
Aliviado por pequenas porções de contentamento dados
Pela arte.

Sombras II

As palavras dançam completamente fora
Do ritmo proposto. Não convencem, não
Dizem. Esvaziadas de sentimentos, perdem
O sentido. Hermética, a companhia vira solidão.

Sombras

Antes do pôr do sol a beleza se manifesta
Em luz pela ultima vez no dia. Depois, nas
Sombras, os olhos buscam outras imagens,
Outros significados. Assim, a solidão disfarçada
Esconde a lágrima na escuridão da noite.