quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Hoje



Hoje é um destes dias que a normalidade senta na varanda pra assistir o entardecer se despedir. Entrincheirado, um inimigo blindado, uma bala e uma dúvida: em que direção atirá-la? Valorizamos sempre os atos de coragem e maldizemos as covardias, mas com o tempo descobre-se que nem todo passo atrás é por medo e nem toda fuga representa fraqueza... Sofremos de esvaziamentos amplos de coisas que nos são significativas, e estamos sempre alicerçados dos mais bem elaborados discursos para justificá-los.

A eternidade parece um bem comum e a ideia de felicidade supérflua demais para nos causar preocupações, basta nos ocuparmos dela caso se atrase ou não venha.

Vou me perder se seguir por esse caminho, prefiro a dor de morrer tentando... De sobreviver mortalmente ferido e ainda assim acreditar... Porque sou gigante ancorado em minhas crenças, “verdades” e defeitos... Pra onde vou será sempre uma interrogação. Mas não preciso da resposta, o desafio é descobrir o que não posso ser.


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