sexta-feira, 12 de junho de 2009

Cidade

O que é uma cidade se não um emaranhado de ruas que se encontram e se perdem na concretude dos seus espaços? O que forma essas ruas que não sejam casas, uma ao lado das outras, onde fugimos da possibilidade de conhecer o outro? O espaço em que nos protegemos de nós mesmos achando que a proteção é contra o mundo.
As cidades que teoricamente nos aproximam na prática nos segregam, ou, como classes privilegiadas, ou desprivilegiadas, e o que antes era uma mazela dos grandes centros já compõem de certa forma o cotidiano de inúmeras cidades pequenas.
Mas com todas essas controvérsias urbanas existe um lugar que só em saber que faço parte dele já me permite um prazer pouco comum. Existe uma cidade que desce dos morros que a circunda com a graça de uma menina que sai para passear, uma menina de 199 anos dois meses e dois dias de idade é bem verdade, mas com a sutil leveza que só os poucos anos nos permitem. Os morros nos demonstram os contrários visíveis desse espaço, no entanto, tomados de uma áurea sublime que os faz harmoniosos nesse cenário.
Talvez em algum momento alguém sinta a necessidade de perguntar: que cidade é essa? De início direi que é o lugar onde, o saudosismo é a pedra que impede o próximo passo, porém direi em seguida que os que se debruçam sobre projetos para tornarem esse lugar melhor, o fazem pela enorme paixão que essa pequena cidade desperta nos que aqui chegam. Quanto ao nome... Caetité-BA, pelo seu povo, pela suas ruas, por suas paisagens, por seu clima e por si só já vale à pena conhecer, correndo-se o sério risco de querer permanecer por toda a vida.
*Créditos da foto Teobaldo Marinho de Souza Neto

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