sexta-feira, 12 de junho de 2009

Aos Meus Pais


O que seriam as datas sem todo o seu denso e riquíssimo significado construído pelos momentos inesquecíveis que vivemos nelas no decorrer dos anos? O que significaria uma palavra se fosse esvaziada de todo o conceito que traz agregado a si em cada minúscula sílaba que a compõe? O dia 12 de junho por si já é uma data comemorada por todos aqueles que são ou estão enamorados, mas há exatos 28 anos consolidava-se a união de um casal em especial, e por causa desta união posso eu agora estar falando-lhes de integridade, respeito, ética, compromisso, entrega e acima de tudo amor.
As datas simbolizam o que de belo ou triste os poetas transcrevem e chamam poesia, todavia, existem momentos que nos marcam mesmo sem termos feito parte deles diretamente. Assim foi o dia 12 de junho de 1981. Gostaria de dizer ao senhor meu pai e a senhora minha mãe que as palavras se perdem diante da grandiosidade do orgulho que sinto por vocês, então diante da súbita mudez... meus parabéns pelos 28 anos de casados. Amo vocês.

A Flor

Quando se ama e não se pode proteger, nos tornamos impotentes diante da realidade muitas vezes cruel. Quem ama o abstrato se envolve no abraço dos ventos frios que cortam o outono. Como numa manhã de 12 de junho quando o teu abraço me deixa um imenso vazio, vazio por não estar aqui agora entre os meus braços, e mesmo sabendo que te terei refém dos meus beijos no dia seguinte, só lamento não ser mais este o dia 12 e sim 13 sábado. Bem vinda minha rosa.

Manacá


Reduto perfeito de tranquilidade que exala em seus traços simples a exata necessidade humana da felicidade. Perfaz a contramão atual do sistema em sua incessante busca pelos modernos aparatos tecnológicos, enquanto aqui a vida passa lenta e compassada permitindo-nos sentir com toda intensidade o êxtase de estar vivo.
Nesse espaço sinto o gozo transcender o sensível, extrapolar os limites do corpo e flutuar sereno na insustentável leveza da alma. Já não estou e nem sou, o corpo é apenas um limite superado e o singelo riso já não contempla todas as necessidades do espírito. Aqui me basto física e espiritualmente neste paraíso.
*Créditos da foto Teobaldo Marinho de Souza Neto

Cidade

O que é uma cidade se não um emaranhado de ruas que se encontram e se perdem na concretude dos seus espaços? O que forma essas ruas que não sejam casas, uma ao lado das outras, onde fugimos da possibilidade de conhecer o outro? O espaço em que nos protegemos de nós mesmos achando que a proteção é contra o mundo.
As cidades que teoricamente nos aproximam na prática nos segregam, ou, como classes privilegiadas, ou desprivilegiadas, e o que antes era uma mazela dos grandes centros já compõem de certa forma o cotidiano de inúmeras cidades pequenas.
Mas com todas essas controvérsias urbanas existe um lugar que só em saber que faço parte dele já me permite um prazer pouco comum. Existe uma cidade que desce dos morros que a circunda com a graça de uma menina que sai para passear, uma menina de 199 anos dois meses e dois dias de idade é bem verdade, mas com a sutil leveza que só os poucos anos nos permitem. Os morros nos demonstram os contrários visíveis desse espaço, no entanto, tomados de uma áurea sublime que os faz harmoniosos nesse cenário.
Talvez em algum momento alguém sinta a necessidade de perguntar: que cidade é essa? De início direi que é o lugar onde, o saudosismo é a pedra que impede o próximo passo, porém direi em seguida que os que se debruçam sobre projetos para tornarem esse lugar melhor, o fazem pela enorme paixão que essa pequena cidade desperta nos que aqui chegam. Quanto ao nome... Caetité-BA, pelo seu povo, pela suas ruas, por suas paisagens, por seu clima e por si só já vale à pena conhecer, correndo-se o sério risco de querer permanecer por toda a vida.
*Créditos da foto Teobaldo Marinho de Souza Neto