Qual a importância de um dia? Sinceramente podemos, sem sombra de dúvidas, dizer que depende muito do dia. Em alguns diremos que ele voou, no entanto diremos em outro que ele parece ter quarenta e oito horas. Agora pense que o conceito de resistência é: ato ou efeito de resistir. Pegue um copo com água e levante a altura do ombro e se pergunte por quanto tempo consegue permanecer nesta posição. Estamos no trigésimo primeiro dia de ocupação dos campi VI (Caetité), XII (Guanambi) e XVII (Bom Jesus da Lapa), da UNEB, e muitos dos que engrossavam o caldo desta militância já desceram o braço com o seu copo com água. No entanto, os que trazem o seu ideal de uma Universidade de qualidade arraigado em seus corações permanecem.
Temos consciência de que existem inúmeros colegas que são contra esse movimento, mas são contra até que ponto? Por que acreditamos ser necessária a colocação de pontos de vistas diversos para a melhor consolidação de uma idéia. Todavia o que temos são pessoas desinformadas que por não terem “tempo” (segundo elas mesmas) para participarem de uma mobilização séria e legítima, se refugiam nesta mesma falta de “tempo” (aqui ler-se falta de argumentos fundamentados) para se posicionarem contra. E aqui perguntamos, contra o que? E é lamentável que as respostas circundem sempre o mesmo discurso: “estamos perdendo aula”. Concordamos que estamos perdendo aula, mas temos a consciência de que é por um bem maior, porém os que estão na contramão deste movimento têm voz em nossas discussões para tentar nos convencerem de que estamos errados, mas não o fazem.
E é aqui a parte mais íngreme desta escalada, visto que as pessoas que estão contra não se manifestam, ou, quando se manifestam o fazem em “eu acho que”, ou então questionam sobre os ganhos do movimento, que apesar de muitos, serão sempre tidos como poucos porque é comum minimizarmos o esforço alheio, principalmente quando tivemos a oportunidade de participar destas conquistas e nos recusamos por aquela mesma falta de “tempo” anteriormente citada (aqui leia-se passividade, analfabetismo político*).
Enfim o MEAS não se resume a esta resistência frente ao descaso com a educação. Este foi apenas o seu berço de nascimento, para os que contaram os dias, preparem-se para contarem anos, por que mesmo quando a ocupação terminar com todos os seus ganhos e experiências, o movimento será o legado deixado por esta geração em contribuição a esta instituição (UNEB), que tanto tem feito por muitos e que tão pouco recebe de todos. O MEAS é por fim os gritos altos e bravos de renascimento do movimento estudantil do alto sertão e suas ações primam, agora, e primarão sempre por melhores condições para a realização e o desenvolvimento de um trabalho sério que possibilite a formação de profissionais qualificados que possam num futuro retribuir a sociedade o que ela investiu na sua formação, mas não só em sua formação profissional, mas principalmente em sua construção humana, como membros conscientes e politicamente ativos dentro desta mesma sociedade.
16 de abril de 2009.
* Bertolt Brecht
Temos consciência de que existem inúmeros colegas que são contra esse movimento, mas são contra até que ponto? Por que acreditamos ser necessária a colocação de pontos de vistas diversos para a melhor consolidação de uma idéia. Todavia o que temos são pessoas desinformadas que por não terem “tempo” (segundo elas mesmas) para participarem de uma mobilização séria e legítima, se refugiam nesta mesma falta de “tempo” (aqui ler-se falta de argumentos fundamentados) para se posicionarem contra. E aqui perguntamos, contra o que? E é lamentável que as respostas circundem sempre o mesmo discurso: “estamos perdendo aula”. Concordamos que estamos perdendo aula, mas temos a consciência de que é por um bem maior, porém os que estão na contramão deste movimento têm voz em nossas discussões para tentar nos convencerem de que estamos errados, mas não o fazem.
E é aqui a parte mais íngreme desta escalada, visto que as pessoas que estão contra não se manifestam, ou, quando se manifestam o fazem em “eu acho que”, ou então questionam sobre os ganhos do movimento, que apesar de muitos, serão sempre tidos como poucos porque é comum minimizarmos o esforço alheio, principalmente quando tivemos a oportunidade de participar destas conquistas e nos recusamos por aquela mesma falta de “tempo” anteriormente citada (aqui leia-se passividade, analfabetismo político*).
Enfim o MEAS não se resume a esta resistência frente ao descaso com a educação. Este foi apenas o seu berço de nascimento, para os que contaram os dias, preparem-se para contarem anos, por que mesmo quando a ocupação terminar com todos os seus ganhos e experiências, o movimento será o legado deixado por esta geração em contribuição a esta instituição (UNEB), que tanto tem feito por muitos e que tão pouco recebe de todos. O MEAS é por fim os gritos altos e bravos de renascimento do movimento estudantil do alto sertão e suas ações primam, agora, e primarão sempre por melhores condições para a realização e o desenvolvimento de um trabalho sério que possibilite a formação de profissionais qualificados que possam num futuro retribuir a sociedade o que ela investiu na sua formação, mas não só em sua formação profissional, mas principalmente em sua construção humana, como membros conscientes e politicamente ativos dentro desta mesma sociedade.
16 de abril de 2009.
* Bertolt Brecht