A vida é um grande ponto de interrogação no fim de uma frase. O dia seguinte é a incerteza das possibilidades e o adeus pode não ter tempo de ser dito. Quando amamos temos a obrigação de tornar isso explícito, de transformar uma tarde cinzenta de inverno em um belo dia de primavera. O bom de saber que somos queridos é poder ouvir e quando não houve oportunidade de dizer, fica um imenso vazio. As lágrimas manifestam a tristeza, mas não mudam a realidade, pois o medo que tenho da morte é que ela me tire todas as pessoas de quem gosto antes que eu seja capaz de transmitir-lhes a idéia do quanto são importantes pra mim. Dedico este texto a querida amiga Luciana, que nos deixou hoje (11 de agosto de 2010). Por que mesmo sabendo que “o futuro é um mistério” e a morte a única certeza, é impossível não chorar com toda a minha alma a perda de alguém tão especial. Que o marido e os filhos encontrem a força necessária para acreditarem que ela agora está bem, mesmo diante do desejo de que ela não tivesse partido.
P. S. Digo isso em nome de todos os colegas e amigos que formam a família que é a Casa Anísio Teixeira.